Líder de bilheterias desde sua estreia, Chico Xavier – O Filme é uma adaptação do livro de Marcel Souto Maior, publicado em 2003 com a biografia do mais conhecido médium espírita do Brasil.
O filme mostra desde a infância de Chico, passando por sua juventude até chegar em suas participações no programa Pinga Fogo, exibido na Tv Tupi na década de 70. Três atores fizeram o papel do médium, sendo Matheus Costa o Chico menino, Ângelo Antonio em sua fase mais juvenil e Nelson Xavier já na fase onde está mais conhecido. Os três atores conseguiram desempenhar bem o papel, principalmente Nelson Xavier, que ficou muito igual ao original.
Toda a película tem cores muito fortes, algo tentando retratar a década referida. O que não foi muito bem representado foi seu mentor espiritual, Emmanoel, interpretado por André Dias. Sua atuação deixa a desejar, além de que há falhas em somente citar Emmanoel como mentor do médium, já que há outros, como André Luiz, que lhe rendeu um de seus mais famosos livros, Nosso Lar, que breve também estará nas telonas.
A direção do longa é de Daniel Filho, que se diz ateu, mas que de certa forma diz sentir algo diferente quando fala sobre Chico. No filme o personagem Orlando (Tony Ramos), perde o filho e fica inconsolável. Christiane Torloni, que também participa do filme como Glória, a mulher de Orlando, passou por uma situação parecida. Ela tinha filhos gêmeos, sendo que um deles acabou vindo a óbito num acidente de carro. No filme, Orlando e Glória estão à beira de uma separação por conta do assassinato do filho, mas uma carta do médium pode fazer tudo mudar.
Aliás, esse foi um fato verídico. Lógico que com outras pessoas e com outros nomes, mas uma carta psicografada por Chico Xavier foi usada no tribunal para inocentar o jovem que atirou acidentalmente no melhor amigo.
Fui pensando que seria um filme para chorar, daqueles que te fazem desmanchar em lágrimas em pleno cinema, já que a vida do médium, pra quem conhece a história, não foi nada fácil. Mas eis que me surpreendo que foi mais uma biografia do que um melodrama. E que bom, porque particularmente, odeio filmes para chorar.
Na verdade, o filme tem momentos em que se você for mais sensível, derrubará sim uma lágrima, mas tem até momentos em que acabará rindo da humildade e simplicidade de Francisco Cândido Xavier.
O filme é interessante, e vale a pena conferir a história que já bateu recordes como produção nacional.