Hoje vou contar a história de uma gatinha linda que criei . Fiz essa história para concorrer a um concurso do livro de MArcel Benedetti, da Editora Mundo Maior, mas infelizmente a história não foi classificada. Mesmo assim, vou contá-la para vocês...
Sempre
fui apaixonada por gatos. Desde pequena, ajudo na criação dessas
criaturinhas encantadoras. Espertos e bonitos, os felinos sabem como
me fazer sorrir.
Era o
ano de 1985. Eu tinha 11 anos quando meu pai chegou com uma gatinha
linda, peluda, e com uma carinha de quem precisava de colo. A
Sharine, nome que dei a ela, era uma fêmea, persa, pelos malhados em
tons marrons. Nossa amizade começou como algo mágico, onde era
nítida a confiança que ela tinha por mim.
Muitas
foram as nossas aventuras, pois quando viajávamos, levávamos
Sharine conosco. Certa vez, paramos num restaurante à beira da
estrada, e ao chegar a comida lembramos da pobrezinha que estava
dentro do carro. Meu pai falou sobre o assunto com o dono do
restaurante, que na ocasião, era um velho conhecido dele. O
resultado? Arrumaram uma cadeirinha de criança, dessas usadas em
restaurante, e ofereceram a Sharine. Colocamos um pouco de frango
desfiado num pratinho, e ela, sentada educadamente, começou a comer
o frango com o auxílio de uma de suas patinhas. Foi impossível
alguém passar e não comentar a situação. Para minha sorte, todos
acharam graça e não reclamaram da presença da bichinha dentro do
estabelecimento.
A Sharine encantava a todos que a conheciam. Ela era muito meiga,
quietinha e bonita. Tínhamos uma comunicação telepática
muito forte. Uma noite, acordei na madrugada pressentindo algo ruim,
como se ela estivesse me chamando. Levantei preocupada e a encontrei
pendurada na grade da janela do apartamento, só que do lado de fora.
Ela não estava conseguindo voltar para dentro de casa, mas com muito
cuidado, consegui resgatá-la de lá. Qual não seria a sua sina...
Final do
ano de 1986. Tive que viajar com minha mãe para o interior, mas
dessa vez, não poderia levar a gata comigo. Meu pai ficou em casa e
com a incumbência de cuidar dela para mim. Lembro-me como se fosse
hoje. Era dia do meu aniversário, 27 de dezembro. Ligamos para São
Paulo para saber como estavam as coisas, e também para meu pai poder
me parabenizar. Percebi que algo estava errado. E era algo de ruim
com a gatinha.
Naquele
dia, num acidente, Sharine caiu do 19º andar do prédio. Só me
contaram quando voltamos da viagem. Foi muito triste para mim. Até
hoje ainda sonho com ela, que conversa comigo como se fosse gente. E
com certeza deve estar percorrendo as escadas de sua evolução
espiritual.
Hoje,
cuido de outras duas gatas: Belinha e Phoebe. Cada qual com sua
graça, alegram a casa e a transformam em um ambiente de harmonia e
brincadeiras. São mais duas amigas que estão passando em minha
vida, e certamente, muitas outras muitas passarão...