Sempre que ouvia alguém falando de Buenos Aires não me interessava nem um pouco a conhecer esse lugar. A gente sempre ouve que argentino é isso e aquilo, que são mal educados, grossos, e sei lá mais o quê.
Também não sei o porquê que de repente me veio uma curiosidade imensa de conhecer a cidade. Todos que vêm de lá sempre rasgam elogios de que o lugar é bonito, charmoso, e de que vale a pena conhecer. Bom, vamos conferir isso de perto então...
Mês de setembro, minhas férias. Consegui comprar aquele famoso pacote CVC de três dias e duas noites em Buenos Aires. Era o que dava para pagar até então...Mas valeu muitoooo cada momento. Vamos às dicas:
Viajei Tam, ótimo serviço de bordo, na ida ainda dei muita risada vendo o filme “Se beber, não case”, o qual já havia assistido (inclusive tem artigo sobre ele no blog), mas de tão engraçado que é resolvi assistir de novo, só que dessa vez em espanhol, que já era pra ir acostumando com o idioma.
Ao desembarcar em Ezeiza (aeroporto internacional de Bs As), fomos recepcionados pelo pessoal da agência de turismo que nos levou até o hotel. Durante o caminho, só sentia a emoção de que agora estava em Buenos Aires, e aproveitei para começar a conhecer o local.
Subte argentino - metrô
Fiquei hospedada no Unique Park Elegance, bairro da Recoleta. Hotel maravilhoso, não tenho do que reclamar, nem do serviço, nem do quarto. Aliás, que quarto! Cama king, super aconchegante, tv a cabo, ar condicionado, banheiro limpo. Adorei mesmo! Quanto ao café da manhã, também não tenho críticas. Na companhia de viagem me disseram que não era para esperar muito do café da manhã deles, pois geralmente era só um pãozinho com café e leite. Mas que nada! Tinha pão e café com leite sim, mas também tinha medialunas (o croissant deles), huevos revoltos (uma espécie de mexido de ovo, muito gostoso), bolo, sucrilhos, suco, fruta (laranja e pomelo) e otras cositas más...
Puerto Madero à noite
Como chegamos praticamente no início da noite de sábado, o primeiro passeio foi uma visita a Puerto Madero. Ouvi tantas opiniões sobre a parrilla (churrasco argentino), que não tive dúvidas em querer experimentar. Fomos então ao Siga la Vaca, muito comentado em qualquer post sobre restaurantes argentinos na internet. Como na Recoleta não tem metrô, ou melhor, subte, tivemos que andar até a linha mais próxima para ir até Puerto Madero. Mapa na mão, pegamos o tal subte e chegamos na avenida Corrientes. De lá, foi muito fácil descer até o bairro e chegar ao Siga la Vaca. E para quem não tem frescura em experimentar pratos tradicionais, eu recomendo experimentar a parrilla. O cheiro é diferente, mas a carne é boa sim. Mas deve prestar atenção no que vai comer, pois lá eles servem muitos miúdos de boi e coisas que não estamos acostumados. Para não errar, pedi bife de chorizo (contra filé) e colita de cuadril (delicioso, uma espécie de maminha com um gosto muito parecido com o nosso churrasco). No jantar, que custou 63 pesos para cada um – uns 32 reais -, estava inclusa uma bebida (a nossa foi vinho), e a sobremesa. Ou seja, comemos muito bem e pagamos pouco. A única coisa que não gostei foi do arroz, que é servido frio, junto com as saladas.
Siga la Vaca - Parrilla argentina
Após o jantar e o passeio em Puerto Madero, achamos que já era hora de voltar ao hotel. Mas já tinha pesquisado que o metrô na cidade funcionava até às 22:30 horas, ou seja, perdemos nossa condução. Para andar de ônibus em Bs As, é preciso ter moedas em mãos, e naquele momento eu não tinha nenhuma. Solução: pegar um táxi. Não é só que os táxis são baratos em Bs As, é que a cidade também não é tão grande como uma São Paulo ou Rio, por exemplo. Então chegamos rápido em qualquer lugar. Para nós, turistas, o táxi acaba não sendo caro mesmo. Paguei 12 pesos – 6 reais -, de um trecho da Corrientes, próximo a Calle Florida, até a Recoleta. E foi a única maneira de poder voltar para casa...
O outro dia fiz o famoso city tour. Apesar de muitos não recomendarem nem gostarem, achei melhor fazê-lo para conhecer lugares mais afastados e que provavelmente nem teria tempo de ir por conta própria. Sendo assim, conheci vários bairros como Palermo (lugar lindo), La Boca/Caminito e San Telmo. Desses citados, descemos do ônibus em La Boca e Caminito. Lugares mais distantes e ditos como mais perigosos, achei melhor mesmo tê-lo conhecido com o tour. Os próprios argentinos dizem que não é para turista ficar lá depois das 5 da tarde.
Caminito - Turistas, lojinhas e restaurantes
Se forem até a Bombonera, não deixem de entrar no estádio. Paguei 15 pesos para conhecê-lo, mas achei legal. Para os fãs de futebol é uma dica e tanto. Tem uma lojinha de souvenirs lá, mas é bem carinha. Deixem para comprar as famosas camisetas do Boca nas lojinhas do Caminito ou mesmo da Florida.
No Caminito você verá aquelas casinhas coloridas, tradicional no bairro, além de restaurantes com shows de tango, barraquinhas e muito nativo querendo te levar para lojas e restaurantes. Fiz umas comprinhas básicas e aproveitei umas barraquinhas para comprar xales e artigos de lã.
La Bombonera - casa do Boca Juniors
O ponto final do city tour era nas Galerias Pacífico, famoso e charmoso shopping da Calle Florida. De fato, muito bonito, vale a pena conhecer, mas não comprar. Bom, pelo menos eu não vi nada muito atrativo em relação ao preço. Tudo caro, preço de shopping mesmo. Resto do dia livre, foi a hora de conhecer o que realmente tinha de bom para se comprar em Bs As. Andei quase toda a Florida, mas como era domingo, nem todas as lojas estavam abertas. Mas deu para ter uma noção dos preços. Fomos estão tirar algumas fotos e depois percorrer a avenida Corrientes, onde tinha lido em algumas dicas na internet que acharia preços melhores. Mas acabei esquecendo de novo que era domingo, e nada estava aberto por lá. Bom, cheguei ao shopping Abasto, que estava muito cheio. Preço de shopping, nada me agradou, nem mesmo as roupas da Zara, que também é muito falada em tópicos de dicas.
Galerias Pacífico e calle Florida
Bem ao lado do Shopping Abasto tinha um supermercado Coto. Foi ali mesmo que resolvemos entrar para comprar vinhos, comida para levar para o hotel, e roupas. Sim, o preço de roupas em mercado é muito melhor! Levei um baita casacão de frio por apenas 12 reais. E devido ao peso das compras, mais uma vez tivemos que ir de táxi para o hotel. Se tem uma coisa que não fiz foi andar de ônibus em Bs As. O metrô e o táxi foram minha condução.
Avenida Corrientes e o Obelisco
Andei tanto nesse domingo que ao chegar no hotel não consegui sair para mais nada. Estávamos acabados mesmo, o jeito foi lanchar os salgadinhos e iogurtes que compramos no mercado. E não podemos esquecer do suco ou refri de pomelo rosado. Tem em todo lugar por lá. E lógico que também comprei pra mim. E também o famoso dulce de leche, muito melhor do que os daqui, bem menos adocicado.
No nosso último dia em Bs As, uma segunda-feira, o jeito era nos apressar para fazer as últimas compras. Levantamos cedo, tomamos café e saímos correndo para o consumismo. Como não dava mais tempo de percorrer ruas para fazer pesquisas de preço, acabamos optando por voltar na Calle Florida e ir direto às lojas que já havíamos consultado no dia anterior. Sem perder tempo, compramos o que queríamos e já eram mais de 11 horas (nossa estadia se encerraria ao meio-dia) quando pegamos um táxi e voltamos ao hotel. Uma correria só. Ajeitamos tudo na mala e pronto! Agora era só esperar o pessoal da agência vir nos buscar para o traslado de volta a Ezeiza. Enquanto isso, deixamos a mala no saguão do hotel e fomos almoçar no Village Recoleta, um lanchinho básico do McDonald’s.
Casa Rosada
Gente, Buenos Aires é linda, organizada, seus prédios são bem parecidos, suas ruas retas, sem vielas tortas, e geralmente pode se ver um monumento ou uma paisagem muito bonita ao seu final. É muito mais segura que cidades brasileiras, apesar de ter sua violência também, como toda cidade grande, mas nada comparado ao que vemos aqui. Um exemplo disso é que andei pelos pontos turísticos durante a noite, com máquina fotográfica na mão, e nada aconteceu. Mas também é bom não dar pinta de turista, eu às vezes esquecia que estava numa cidade grande.
O clima é muito bom e os parques são muito agradáveis, vemos muitas crianças desfrutando deles.
Não fui a nenhum show de tango (geralmente é o atrativo turístico de lá), nem consegui comer empanadas, nem ir a muitos pontos turísticos que queria. O tempo foi curto, e entre conhecer e fazer compras, você tem que optar algumas vezes.
Em relação ao quesito compras, o que é legal comprar lá são roupas. Eletrônicos não estão com os preços atrativos, nem perfumes, que recomendo comprar no free shop. Não cheguei a ver os preços dos lugares mais afastados do circuito turístico, mas para quem gosta de procurar, vai achar preço bom na Florida sim. Ah, vale lembrar que não fui atrás de roupa de marca, pois não ligo para isso, mas mesmo as roupas de marca você acha por preços bem mais atrativos por ali.
Em relação a dinheiro, levei pesos aqui do Brasil e lá passei cartão de crédito e saquei dinheiro no Banco do Brasil (fica na calle Sarmiento, bem pertinho da Florida). Além de tudo, muitas lojas aceitam dólares e até reais! Comprei várias blusinhas pagando em reais.
Avenida Pueyrredon - Recoleta
Aquele papo de que argentino é mal educado, é pura balela. São tanto quanto nós. Uns são e outros não, assim como vemos no Brasil. Aliás, o que vi lá foi brasileiro sendo mal educado. Saem falando mal do país deles, achando que todo argentino tem que entender o português, portando-se de uma maneira deprimente. Se você não sabe nada de espanhol, aprenda palavras e verbos básicos. Com um pouquinho de simpatia, eles acabam se esforçando para te entender. O comércio lá é bem preparado para atender turistas. Não tivemos problemas com nenhum argentino. Alías, muitos falam o “portunhol”, assim como nós, só para se comunicar conosco. E foram muito simpáticos ao falar do nosso país.
Só não fale mal de Maradona. Ele é visto como um “deus” para os portenhos. E isso é fato. Não chegue com aquele papo de Pelé/Maradona, que aí sim, você estará os insultando.
De resto, vale a pena agora que as viagens não estão tão caras, fazer um pacotinho turístico e visitar essa linda e inesquecível cidade.
Não deixe de fazer em Buenos Aires:
- Conhecer Puerto Madero, Casa Rosada, Caminito, Palermo, Obelisco;
- Comer a parrilla com vinho, suco ou refri de pomelo rosado, alfajor (ainda acho Havanna o melhor), dulce de leche e outras coisas tradicionais de lá;
- Para quem gosta de tango, aproveite a oportunidade, a cidade respira isso para todo o lado;
- Conhecer as Galerias Pacífico e ruas importantes como Calle Florida, Lavalle, av. Corrientes, 9 de Julio, entre outras;
- Andar a pé pelas ruas principais, que não são difíceis nem tão distantes;
- Aproveitar seus momentos lá ao máximo e tirar um monte de fotos para trazer boas lembranças.
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