Uma história que emociona e relata os medos de uma passado nazista
“A
morte chega para todo mundo. Uma maneira de deixar as coisas mais fáceis é não
resistir a ela”. Não exatamente com essas palavras, mas neste contexto, a “Morte”
começa sua narrativa sobre a necessidade de levar suas vítimas e as
consequências dessa realidade.
A
pequena Liesel Meminger (Sophie Nelisse) é o foco da Morte ao ver que ela lhe
escapou uma vez. A menina é filha de
comunistas e acaba sendo entregue em troca de dinheiro ao casal Hans (Geoffrey
Rush) e Rosa (Emily Watson), que a adotam como filha.
O
irmão de Liesel morre antes de chegar na nova casa. Durante o enterro, a menina
vê um livro cair da mão do coveiro e esse se torna seu objeto de afeição, o
primeiro livro “roubado”.
A
Menina que Roubava Livros (The Book Thief) é baseado no best-seller de mesmo nome, que conta a vida da órfã Liesel
e sua adoração por livros. O filme é ambientado no período que antecede a 2ª
Guerra Mundial, e traz um Hitler que emociona pessoas e gera ódio entre
humanos.
Liesel
aprende a ler com a ajuda de seu pai, um pintor desempregado, enquanto vive de
levar broncas de sua mãe, Rosa, uma mulher de temperamento rude e um tanto
amargurada com a vida.
A
ambientação do filme é perfeita, até mesmo os figurantes parecem realmente
estar participando da cena. Em épocas de guerra, o diretor Brian Percival
conseguiu passar o que era ser um perseguido de Hitler ou uma vítima de seu
próprio país. Um lugar pobre, onde tudo era vigiado e até o conhecimento era
restrito. E era justo o conhecimento dos livros que fazia com que Liesel
“pegasse alguns exemplares emprestados” por onde os visse. As histórias
trazidas por eles confortavam seus momentos de tristeza na vida.
O
judeu Max (Ben Schnetzer) e o garoto Rudy (Nico Liersch) são os únicos amigos
da garota, chamada de “porquinha” pela maneira como se apresentou quando
chegou: suja e com maus hábitos.
A
trajetória sofrida de Liesel em tempos de guerra fará o telespectador pensar
sobre os conflitos de uma geração, além do verdadeiro significado de liberdade.
O
filme é sério em sua abordagem, mas consegue ser algo que flui com um pouco de humor e divertimento. Apesar de não
ter sido indicado ao Oscar, vai significar muito para os que apreciam uma boa
história.
Ótima
atuação dos pais adotivos de Liesel, Geoffrey Rush e Emily Watson, além de uma
trilha sonora encantadora. Quase impossível não se emocionar com a narrativa da
Morte e o destino que ela dá a cada personagem. Resumindo, um bom blockbuster
que fará aos que ainda não leram o livro, como eu, querer conferir mais de
perto todo o teor da narrativa.